ELOGIO DA LOUCURA
- Jo
- 2 de jun. de 2019
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Trata-se da obra mais célebre do filósofo Desidério Erasmo, conhecido como Erasmo de Rotterdam, por ter nascido na cidade de Rotterdam.
A palavra "loucura" adquire, na obra de Erasmo, uma plena dimensão de ambiguidades.
Trata-se da loucura como energia criativa das ações humanas

"Ainda que os homens tenham o hábito de manchar minha reputação, e eu saiba muito bem como sou malquisto entre os tolos, tenho orgulho em vos dizer que esta Loucura é a única que pode trazer alegria aos homens e aos deuses. Comprovo o que digo pela repentina satisfação brilhando no rosto de todos ao me verem aparecer diante de tão grande auditório. Se agora, fazeis questão de saber por que motivo me agrada aparecer diante de vós, eu vo-lo direi em seguida. Haverá, talvez, quem reconheça melhor em mim o que eu mesma não reconheço? Assim pois, sigo aquele conhecido provérbio que diz: "Não tens quem te elogie? Elogia-te a ti mesmo". E sem limitações! E como poderia limitar-me, quando o meu poder se estende a todo o gênero humano? E se além disso, fazeis questão de saber qual a minha pátria, ficai sabendo que nasci nas Ilhas Fortunadas. Nascida no meio de tantas delícias, não saudei a luz com pranto, como quase todos os homens, mas quando fui parida comecei a rir gostosamente na cara de minha mãe. E foram duas graciosíssimas ninfas que me deram de mamar...
E por aí vai a descrição de Erasmo, isso só pra perceberem o quanto vale a pena se perder loucamente nessa leitura. Na continuação do texto Erasmo discorre sobre todos os outros aspectos do que comumente chamamos de "loucura", por ex: O que é o amor-próprio, a adulação, o esquecimento, a fadiga, a volúpia, a irreflexão, as delícias e, ainda cita dois deuses: um é Komo (0 riso e o prazer da mesa, o outro, Nigreton Hypnon, é o sono profundo). Por tudo isso, observai senhores, que quanto mais os homens se afastam de mim, tanto menos goza dos bens da vida! Simplesmente demais.
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